terça-feira, 30 de setembro de 2014

O QUE É O ESPIRITISMO








O ESPIRITISMO




   

    O Espiritismo é a nova ciência que vem revelar aos homens, por meio de provas irrecusáveis, a existência e a natureza do mundo espiritual e as suas relações com o mundo material. Ele nos mostra esse mundo, não mais como sobrenatural mas, pelo contrário, como uma das forças vivas e incessantemente actuantes da natureza, como a fonte de uma infinidade de fenómenos até então incompreendidos, e por essa razão rejeitados para o domino do fantástico e do maravilhoso. É a essas relações que o Cristo se refere em muitas circuntâncias, é por isso que muitas coisas que Ele disse, ficaram ininteligíveis, ou foram falsamente interpretadas.. O Espiritismo é a chave que nos ajuda a tudo explicar com facilidade.


     A lei do antigo Testamento, está personificada em Moisés; a do Novo Testamento, em Cristo O Espiritismo é a terceira revelação da lei de Deus. Mas não está personificada em ninguém, porque  ele é o produto do ensinamento dado, não por um homem, mas pelos Espíritos, que são as vozes do céu,  em todas as partes da terra e por inumerável multidão de intermediários. Trata-se, de qualquer maneira, de um ser colectivo, compreendendo o conjunto de seres do mundo espiritual, cada qual trazendo aos homens o tributo e a sorte que neles os espera.




    ALIANÇA DA CIÊNCIA COM A RELIGIÃO


      A Ciência e a Religião são as duas alavancas da inteligência humana. Uma revela as leis do mundo material, e a outra as leis do mundo moral. Mas aquelas e estas leis, tendo o mesmo princípio que é Deus, não podem contradizer-se. Se umas forem a negação das outras, umas estarão necessariamente erradas, e as outras certas, porque Deus não pode querer destruir a sua própria obra. A incompatibilidade que se acredita existir, entre essas duas ordens de ideias, provém de uma falha de observação, e do excesso de exclusivismo, de uma e de outra parte. Disso resulta um conflito, que originou a incredulidade e a desconfiança. São chegados os tempos em que os ensinamentos do Cristo devem receber o seu complemento; em que o véu lançado intencionalmente sobre algumas partes dos ensinos deve ser levantado; em que a Ciência deixando de ser exclusivamente materialista deve levar em conta o elemento espiritual; e em que a Religião, deixando de desconhecer as leis orgânicas, e imutáveis da matéria, essas duas forças apoiando-se mutuamente e marchando juntas, sirvam uma de apoio para a outra. Então a Religião não mais desmentida pela Ciência, adquirirá uma potência indestrutível, porque estará de acordo com a razão e não se lhe poderá opor a lógica irresistível dos factos.
   A Ciência e Religião não puderam entender-se até agora, porque, encarando cada uma as coisas do seu ponto de vista exclusivo, repeliam-se mutuamente. Era necessária alguma coisa para preencher o espaço que as separava, um traço de união que as ligasse. Esse traço está no conhecimento das leis que regem o mundo espiritual e suas relações com o mundo corporal, leis tão imutáveis como as que regulam o movimento dos astros e a existência dos seres. Uma vez constatadas pela experiência essas relações, uma nova luz se fez: A fé se dirigiu à razão, esta nada encontrou de ilógico na fé, e o materialismo foi vencido.
   Mas nisto como em tudo, há os que ficam retardados, até que sejam arrastados pelo movimento geral, que os esmagará, se quiserem resistir em vez de se entregarem. É toda uma revolução moral que se realiza neste momento, sob a acção dos Espíritos. Depois de elaborada durante mais de dezoito séculos ela chega ao momento de eclosão. e marcará uma nova era na humanidade. São fáceis de prever as suas consequências: ela deve produzir inevitáveis modificações nas relações sociais, contra o que ninguém poderá opor-se, porque elas estão nos desígnios de Deus e são o resultado da lei do progresso, que é uma lei de Deus.



 NÃO  VIM DESTRUIR  A  LEI


 As três revelações: Moisés, Cristo, O Espiritismo----- Aliança da Ciência com a Religião--INSTRUÇÕES DOS ESPÍRITOS: A Nova Era


   Não penseis que vim destruir a lei ou os profetas; não vim para destruí-los mas para 
dar-lhe cumprimento. Porque em verdade vos digo que o céu e a terra não passarão, até que não se cumpra tudo  quanto  está na lei, até o ultimo jota e o ultimo ponto. (São Mateus, V:  17-18).


MOISÉS

   Há duas partes distintas na lei mosaica: a lei de Deus, promulgada sobre o Monte Sinai, e a lei civil ou disciplinar, estabelecida por Moisés. Uma é invariável; a outra é apropriada aos costumes e ao carácter do povo, e se modifica com o tempo.
   A lei de Deus está formulada nos dez mandamentos seguintes:

                I---  Eu sou o senhor teu Deus, que te tirei da terra do Egipto, da casa da servidão.  Não terás deuses estrangeiros diante de mim. Não farás para ti imagens de escultura, nem figura alguma de tudo o que há em cima no céu, e do que há em baixo na terra, nem de coisa que haja nas águas debaixo da terra. Não adorarás nem lhe darás culto
                   
                 
                     II--- Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão

 III--- Lembra-te de santificar o dia de sábado.

 IV-- Honrarás a teu pai e a tua mãe, para teres uma dilatada vida sobre a terra  que o Senhor teu Deus te há-de dar


V -- Não matarás

               VI-- Não cometerás adultério.

 VII-- Não furtarás

              VIII-- Não dirás falso testemunho contra o teu próximo

              IX--- Não desejarás a mulher do próximo

   X-- Não cobiçarás a casa do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem outra coisa alguma que lhe pertença.


.            Esta lei, é de todos os tempos, e de todos os países, e tem, por isso  mesmo, um carácter divino.Todas as demais são leis estabelecidas por Moisés, obrigado a manter pelo temor, um povo naturalmente turbulento, no qual tinha de combater abusos arreigados e preconceitos adquiridos durante a servidão do Egipto. Para dar autoridade às suas leis, ele teve que lhe, atribuir uma origem divina, como o fizeram todos os legisladores dos povos primitivos. A autoridade do homem devia apoiar-se sobre a autoridade de Deus. Mas só a ideia de um Deus terrível, podia impressionar homens ignorantes, em que o senso moral e o sentimento de uma estranha justiça estavam ainda pouco desenvolvidos. É evidente que aquele que havia estabelecido em seus mandamentos «Não matarás» e «Não farás mal ao teu próximo», não poderia contradizer-se, ao fazer do extermínio um dever. As leis mosaicas, propriamente ditas, tinham portanto, um carácter essencialmente transitório.

                                                             

  O CRISTO

           Jesus não veio  destruir a lei, o que quer dizer; a lei de Deus. Ele veio cumpri-la, ou seja, desenvolve-la, dar-lhe o seu verdadeiro sentido e apropriá-la ao grau de adiantamento dos homens.

 Eis porque encontramos nessa lei, o princípio dos deveres para com Deus, e para com o próximo, que constitui a base de sua doutrina. Quanto às leis de Moisés propriamente ditas, ele, pelo contrário, as modificou profundamente, no fundo e na forma. Combateu constantemente o abuso das práticas exteriores, e as falsas interpretações, e não podia fazê-las passar por uma reforma mais radical do que reduzindo-as a estas palavras: « Amar a Deus sobre todas as coisas, e ao próximo como a ti mesmo», e ao acrescentar; «Esta é toda a lei e os profetas.»
   Por estas palavras: «O céu e a terra não passarão, enquanto não se cumprir até o último jota», Jesus quis dizer,que era necessário que a lei de Deus fosse praticada sobre toda a terra, em toda a sua pureza, com todos os seus desenvolvimentos, e todas s suas consequências. Pois de que serviria estabelecer essa lei, se ela tivesse de ficar como privilégio de alguns homens, ou mesmo de um só povo? Todos os homens sendo, filhos de Deus, são, sem distinções, objeto da mesma solicitude.
  
  Mas o papel de Jesus, não foi simplesmente, o de um legislador moralista, sem outra autoridade que a sua palavra. Ele veio cumprir as profecias que haviam anunciado o seu advento. Sua autoridade decorria da natureza excepcional de seu Espírito, e da natureza divina da sua missão. Ele veio ensinar aos homens que a verdadeira vida não está na terra, mas no Reino dos Céus; ensina-lhes o caminho que os conduz até lá, os meios de se reconciliarem com Deus, e os advertir sobre a marcha das coisas futuras, para o cumprimento dos destinos humanos. Não obstante, ele não disse tudo, e sobre muitos pontos limitou-se a lançar o germe das verdades que ele mesmo declarou não poderem ser então compreendidas. Falou de tudo, mas em termos mais ou menos claros, de maneira que, para entender o sentido oculto de certas palavras, era preciso que novas ideias, e novos conhecimentos viessem dar-nos a chave. Essas ideias não podiam surgir antes de um certo grau de amadurecimento do espírito humano. A ciência devia contribuir poderosamente para o aparecimento e desenvolvimento dessas ideias. Era preciso pois dar tempo à ciência para progredir.

     Evangelho segundo o Espiritismo, de Allam Kardec.



Algumas informações básicas, sobre a Codificação Espirita.


Todo a estrutura, da Doutrina Espirita se encontra codificada em cinco obras básicas.  São elas:  (Livro Dos Espiritos), que trata da parte filisófica, e que é  a pedra fundamental de toda a doutrina  que foi publicado por Allan Kardec, em  18 de Abril de 1857.


  Tendo-se seguido posteriormente, mais quatro livros, que são o desenvolvimento de o «Livro dos Espiritos». São eles; 


   1.º ) « O Livro dos Médiuns», que trata especialmente da parte experimental da doutrina.


   2.º )  «O Evangelho Segundo o Espiritismo», em que são estudadas as leis morais, tratando-se especialmente dos princípios da  moral evangélica.


  3.º )   « O Céu e o Inferno » em que são estudados  os problemas referentes às penas e aos gozos terrenos e futuros, inclusive com a discussão do dogma das penas eternas e a análize de outros dogmas, como o da ressureição da carne, e os do paraíso, inferno e purgatório.


 4.º ) « A Génese» trata dos milagres e predições, e estuda ainda a evolução física da terra, entre outros temas diversos.








     

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Carregamos o que pensamos







      Jesus nos afirma, através do Evangelho,que seu fardo é leve, e seu jugo suave. Não podemos falar o mesmo, dado o fardo ser pesado e o jugo incómodo, pois não aprendemos a pensar nas mesmas linhas do Mestre A consciência da alma comum, está carregada pelos seus pensamentos; as vibrações inferiores,pesam e incomodam o Espírito na sua jornada de vida.
    A ignorância enche o celeiro do coração com o que pensa, criando distúrbios variados que fazem sofrer; são cargas magnéticas inferiores, nascidas das paixões que não conrrespondem aos ensinamentos do Mestre dos mestres.
     Se a humanidade tivesse a consciência dos valores mentais, de como eles podem fazer a felicidade,e destruir os mais elevados ideais, procuraria educar as ideias, usando os processos ensinados por Jesus,no Seu Evangelho de vida. Pelo que sabemos,e disso temos experiência, nós bebemos o que pensamos e alimentamos as nossas próprias ideias, respiramos os nossos sentimentos,  e carregamos tudo isso como sendo os nossos fardos e jugos...
     Se  desejamos melhorar, ou pelo menos aliviar esse peso, abracemos as mudanças na intimidade, porque se a paz nasce por dentro, a felicidade não existe noutro lugar. O Cristo é como que o sol das nossas vidas; a Sua mente poderosa, irradia para todo o Seu rebanho, forças compatíveis com o seu amor, sem exigências, tanto que não aparece a mostrar o que faz por nós.
    A nossa salvação depende de nós e a inteligência com Jesus nos pede o conhecimento de nós mesmos. Cada um deve conhecer a si próprio e é nesta frequência que notamos o que deve ser feito, sem que o egoísmo nos comande. Quem trabalha em favor de si mesmo, dentro dos moldes do amor, encontra-se beneficiando os outros. Para ajudar alguém a despertar os valores internos,é preciso conhecer e avançar amando, que o exemplo e o silêncio, nestes casos, são vias de melhor acesso ás lições imortais do próprio amor.
       Quase sempre gostamos de nos iludir, por apreciarmos a quem nos bajula e que por vezes falam de coisas que ainda não conseguimos conquistar; se já estamos de posse de tais ou quais  virtudes não precisamos de que alguém as anuncie, pois a virtude por si mesma irradia seus valores.
Carregamos o que pensamos, e o que somos, irradiamos em alta frequência para todos os lados; tudo fala de nós nos diz a psicologia espiritual: o nosso olhar, escreve o que somos, a nossa palavra anuncia o nosso porte espiritual, as nossas acções mostram o que somos por dentro. Não é preciso que falemos, porque a nossa própria fala se exagera na apresentação. E para que falar de nós mesmos, se fazemos somente o bem, e vivemos no amor? Somente o que sentimos com isso basta, porque essa harmonia nos leva a sentir a felicidade, na intimidade da vida.
    Analisemos o modo pelo qual vivemos, para que o fardo não nos pese, e o jugo não fique incómodo
Jesus nos ensinou como descarregar o nosso peso, das cargas magnéticas inferiores, pela prática do bem, e pela luz da fraternidade pura. Basta começarmos esse exercício, para que o mundo espiritual nos ajude. Isso ele faz com frequência em todos os mundos onde haja almas se movendo em corpos materiais.
   Modela a tua vida na vida do Mestre, e se ainda não encontras forças para tal operação, começa que mãos invisíveis ajudar-te-ão. Diz o Evangelho que cada trabalhador é digno do seu salário, E o salário do Espírito que se esforça para iluminar, é luz de Deus no coração, onde Jesus é o transformador Divino para o ambiente humano.

Livro,   Horizontes da Vida,  pelo Espírito Miramez, psicografado por João Nunes Mais,    

terça-feira, 23 de setembro de 2014

BEM-AVENTURADOS OS MISERICORDIOSOS





PERDOAI PARA QUE DEUS VOS PERDOE

  Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia.  ( Mateus, V: 7)

  Se perdoardes aos homens as ofensas que vos fazem, também vosso Pai Celestial vos perdoará os vossos pecados. Mas se não perdoardes aos homens, tão-pouco vosso Pai vos perdoará os vossos pecados.  ( Mateus, VI: 14-15 ).

  Se teu irmão pecar contra ti, vai, corrige-o entre ti e ele somente. Se te ouvir, ganhado terás o teu irmão Então chegando-se Pedro a Ele perguntou: Senhor, quantas vezes poderá pecar meu irmão contra mim para que eu lhe perdoe? Será até sete vezes? Respondeu-lhe Jesus: Não te digo, que até sete vezes, mas que até setenta vezes sete vezes.  ( Mateus, XVIII: 15, 21,22)


     A misericórdia é o complemento da mansuetude, pois os que não são misericordiosos também não são mansos e pacíficos. Ela consiste no esquecimento e no perdão das ofensas. O ódio e  rancor, denotam uma alma sem elevação, e sem grandeza. O esquecimento das ofensas, é próprio das almas elevadas, que pairam acima do mal que lhe quiseram fazer. Uma está sempre inquieta é de uma sensibilidade sombria e amargurada. A outra é calma, cheia de mansuetude e caridade.
    Infeliz daquele que diz: eu jamais perdoarei! porque se não for condenado pelos homens,o será certamente pela lei de Deus. Com que direito pedirá perdão de suas próprias faltas, se ele mesmo não perdoa aos outros? Jesus nos ensina, que a misericórdia não deve ter limites, quando diz que se deve perdoar ao irmão, não sete vezes, mas setenta vezes sete. Mas há duas maneiras bem diferentes de perdoar.Uma é grande, nobre, verdadeiramente generosa, sem segunda intenção, tratando com delicadeza e amor-próprio a susceptibilidade do adversário, mesmo quando a culpa foi inteiramente dele. A outra é quando o ofendido, ou aquele que assim se julga, impõe condições humilhantes ao adversário, fazendo-o sentir o peso de um perdão que irrita, em vez de acalmar. Se estende a mão, não é por benevolência, mas por ostentação, a fim  de poder dizer a todos: 
  Vede quanto sou generoso!
  Nessas circunstâncias, é impossível que a reconciliação seja sincera, de uma e de outra parte. Não, isso não é generosidade, mas apenas uma maneira de satisfazer o orgulho. em todas as contendas aquele que se mostra mais conciliador, que revela mais desinteresse próprio, mais caridade, e          verdadeira grandeza de alma, sempre conquistará a simpatia de pessoas imparciais. 


RECONCILIAR-SE COM OS ADVERSÁRIOS


      Concerte-se sem demora com seu adversário, enquanto estás a caminho com ele, para que não suceda que ele e entregue ao  juiz, e que o juiz te entregue ao seu ministro, e sejas mandado para a cadeia. Em verdade te digo, que não sairás de lá, enquanto não pagares o último centil.
( Mateus, V: 25-26) 


Há na prática do perdão, e na prática do bem em geral, além de um efeito moral, um efeito também material. A morte, como se sabe, não nos livra  dos nossos inimigos. Os Espíritos vingativos, perseguem sempre com o seu ódio, além da sepultura, aqueles que ainda são objecto do seu rancor. Daí ser falso, quando aplicado ao homem, o provérbio: « morto o cão acaba a raiva». O Espírito mais espera que aquele a quem quer mal, esteja encerrado em seu corpo, e assim menos livre, para mais facilmente o atormentar, atingindo-o nos seus interesses ou nas suas mais caras afeições. È necessário ver nesse facto, a maioria dos casos de obsessão, sobretudo daqueles que apresentam certa gravidade, como a subjugação e a possessão. O obsedado e o possesso, são pois, quase sempre, vítimas de uma vingança anterior, a que provavelmente deram motivo com a sua conduta.Deus permite a situação actual, para os punir do mal que fizeram, ou, se não o fizeram, por haverem faltado com a indulgência e a caridade, deixando de perdoar. Importa pois com vistas à tranquilidade futura, reparar o mais cedo possível os males que se tenham praticado em relação ao próximo, e perdoar aos inimigos, para assim se extinguirem, antes da morte, todos os motivos de desavença, toda a causa profunda de animosidade posterior. Dessa maneira, se pode fazer de um inimigo encarnado neste mundo,um amigo no outro, ou pelo menos ficar com a boa causa, e Deus não deixa ao sabor da vingança aquele que soube perdoar.Quando Jesus recomenda que nos reconciliemos o mais cedo possível com os nossos adversários,não quer só evitar as discórdias na vida presente mas também evitar que elas se perpetuem nas existências futuras. Não sairás de lá, disse ele, enquanto não pagares o último centil, ou seja até que a justiça Divina,não esteja  completamente sanada.

Livro O Evangelho Segundo o Espiritismo, (Allan Kardec )


  

BEM-AVENTURADOS OS MANSOS E PACÍFICOS






INJÚRIAS E VIOLÊNCIAS

    Bem-aventurados os mansos, porque eles possuirão a Terra.     (Mateus, V: 4)

    Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus.   (Mateus, V: 9)


   Ouviste o que foi dito aos antigos: Não matarás, e quem matar será réu no juízo. Pois eu vos digo
que todo o que se ira contra o seu irmão será réu no juízo.    ( Mateus, V: 21-22)


    Por estas máximas, Jesus estabeleceu como lei a doçura, a moderação, a mansuetude , a afabilidade e a paciência. E por consequência condenou a violência, a cólera, e até mesmo toda a expressão descortês para com os semelhantes. É que toda a palavra ofensiva, ou atitude de cólera, exprime um sentimento contrário à lei do amor e caridade, que deve regular as relações entre os homens, mantendo a união e a concórdia. É um atentado à benevolência recíproca e à fraternidade, entretendo o ódio, e a animosidade. Enfim, porque depois da humildade perante Deus, a caridade para com o próximo,é a primeira lei de todo o cristão.

    Mas o que dizia Jesus por estas palavras: « Bem-aventurados os mansos, porque eles possuirão a Terra»? 

     Não ensinou ele a renúncia aos bens terrenos, prometendo os do céu?
Ao esperar os bens do céu, o homem necessita dos bens da terra para viver. O que Ele recomenda, portanto, é que não se dê a estes últimos mais importância do que aos primeiros.
Por essas palavras,Ele quer dizer, que até agora os bens da terra foram açambarcados pelos violentos, em prejuízo dos mansos e pacíficos. Que a estes falta frequentemente o necessário, enquanto os outros dispõem do supérfluo. E promete que justiça lhes será feita,assim na terra como no céu, porque eles serão chamados de filhos de Deus. Quando a lei do amor e caridade for a lei da humanidade, não haverá mais egoísmo; o fraco e o pacífico não serão mais explorados, nem espezinhados pelo forte e violento. Será esse o estado da Terra, quando, segundo a lei do progresso e a promessa de Jesus, ela estiver transformada num mundo feliz, pela expulsão dos maus.

Capítulo IX  do livro O Evangelho Segundo o Espiritismo  ( Allan Kardec)


segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Mensagens Evangélicas




A PALAVRA DA CRUZ






                " Porque a palavra da cruz é loucura para os que perecem, mas para nós que somos salvos, é o poder de Deus."------------- Paulo. ( Coríntios,  1: 18.)


       A mensagem da cruz, é dolorosa em todos os tempos.
Do calvário desceu para o mundo uma voz a princípio, desagradável e incompreensível.
No martirológio do Mestre situavam-se todos os argumentos de negação superficialmente absoluta.
O abandono completo dos mais amados.
A sede angustiosa
Capitulação irremediável.
Perdão espontâneo  que expressava humilhação plena.
Sarcasmo e ridículo entre ladrões.
Derrota sem defensiva.
Morte infamante.
Mas o Cristo usa o fracasso aparente,para ensinar o caminho de Ressureição Eterna, demonstrando que o "eu" nunca se dirigirá para Deus, sem o aprimoramento e sem a sublimação de si próprio.
Ainda hoje, a linguagem da cruz é loucura para os que permanecem interminávelmente no círculo de reencarnações de baixo teor espiritual; semelhantes criaturas, não pretendem senão mancomunar-se com a morte, exterminando as mais belas florações do sentimento. Dominam a muitos, incapazes do próprio domínio, Ajuntam tesouros que a imprudência desfaz e tecem fios escuros de paixões obcecantes, em que sucumbem, vezes sem conto, à maneira da aranha encarcerada nas próprias teias.
Repitamos a mensagem da cruz ao irmão que se afoga na carne, e ele nos classificará à conta de loucos, mas todos nós que  temos sido salvos de maiores quedas pelos avisos da fé renovadora, estamos informados de que, nos supremos testemunhos,segue o discípulo para o Mestre, quanto o Mestre subiu para o Pai, na glória oculta da crucificação.
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Livro FONTE VIVA, do Espírito Emanuel, psicografado por Francisco Cândido Xavier.
























Mensagens Evangélicas



ALÈM DOS OUTROS




    "Não fazem os publicanos também o mesmo?"------- Jesus, Mateus, 5: 46.)


   Trabalhar no horário comum irrepreensívelmente, cuidar dos deveres domésticos, satisfazer exigências legais e exercitar a correcção de proceder, fazendo o bastante na esfera das obrigações inadiáveis, são tarefas peculiares a crentes e descrentes na senda diária.
  
   Jesus contudo, espera algo mais do discípulo.

   Conrespondes aos impositivos do trabalho diuturno criando coragem, alegria e estímulo, em derredor de ti? Sabes improvisar o bem onde outras pessoas se mostraram infrutíferas?
  
  Aproveitas, com êxito, o material que outrem desprezou por imprestável?
  Aguardas, com paciência, onde outros desesperam? 

    Na posição de crente, conservas o espírito de serviço, onde o descrente congelou o espírito de acção?  Partilhas a alegria de teus amigos, sem inveja,  e sem ciúme, e participas do sofrimento de teus adversários, sem falsa superioridade e sem alarde? 

 Que dás de ti mesmo, no ministério da caridade? Garantir o continuísmo da espécie, revelar utilidade geral e adaptare-se aos movimentos da vida, são característicos dos próprios irracionais.
  
  O homem vulgar, de há muitos milénios para cá, vem comendo e bebendo,dormindo e agindo sem diferenças fundamentais, na ordem colectiva. 

  De vinte séculos, a esta parte, todavia, abençoada luz resplandece na Terra com os ensinamentos do Cristo, convidando-nos a escalar os cimos da espiritualidade superior.Nem todos a percebem, ainda, não obstante envolver a todos. Mas, para quantos se felicitam em suas bênçãos extraordinárias, surge o desafio do Mestre, indagando sobre o que de extraordinário estamos fazendo.

Livro, FONTE VIVA, pelo Espírito Emanuel, psicografado por Francisco Cândido Xavier










ALTAR ÍNTIMO







"Temos um Altar"------- Paulo.  ( Hebreus , 13: 10.)

       Até agora, construímos altares em toda a parte, reverenciando o Mestre e Senhor.
   De ouro, de mármore, de madeira, de barro, recamados de perfumes, preciosidades e flores, erguemos santuários e convocamos o concurso da arte para os retoques de iluminação artificial, e beleza exterior. 
     Materializado o monumento da fé, ajoelhamos em atitude de prece e procuramos a inspiração Divina. 
     Realmente, toda a movimentação nesse sentido, é respeitável, ainda mesmo quando cometemos o erro comum de esquecer os famintos da estrada, em favor das suntuosidades do culto, porque o amor e a gratidão ao Poder Celeste, mesmo mal conduzidos, merecem veneração.
    Todavia, é imprescindível crescer para a Vida Maior.
    O próprio Mestre nos advertiu, junto à Samaritana, que tempos viriam em que o Pai seria adorado em espírito e verdade. E Paulo acrescenta que temos um altar. A finalidade máxima dos templos de pedra, é a de despertar-nos a consciência.
    O cristão acordado, porém, caminha oficiando como sacerdote de si mesmo, glorificando o amor perante o ódio, a paz diante da discórdia, a serenidade á frente da perturbação, O bem à vista do mal...
    Não olvidemos,  pois, o altar íntimo que nos cabe consagrar ao Divino Poder, e à Celeste Bondade. 
    Comparecer, ante os altares de pedra, de alma cerrada à luz, e à inspiração do Mestre, é o mesmo que lançar um cofre impermeável de trevas, à plena claridade solar. Se as ondas luminosas continuam sendo ondas luminosas, as sombras não se alteram igualmente.
     Apresentemos, portanto, ao Senhor as nossas oferendas e sacrifícios em cotas abençoadas de amor ao próximo, adorando-O através do altar do coração, e prossigamos no trabalho que nos cabe realizar.

    Livro,  FONTE VIVA: Pelo Espírito Emanuel, psicografado por Francisco Cândido Xavier.
   









Evangelho Segundo o Espiritismo




BEM-AVENTURADOS OS AFLITOS




            Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados

Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos.
Bem-aventurados os que padecem perseguição por amor da justiça, porque deles é o reino dos céus.
 ( Mateus, V:  5, 6 e 10)

           Bem-aventurados vós, os pobres, porque vosso é o Reino de Deus.

Bem-aventurados os que agora tendes fome, porque sereis fartos.
Bem-aventurados vós que agora chorais, porque rireis. (Lucas, VI: 20, e 21)

          Mas ai de vós, ricos, porque tendes no mundo a vossa consolação. Ai de vós, os que estais fartos, porque tereis fome. Ai de vós os que agora rides, porque gemereis e chorareis. 

(Lucas, VI: 24, e 25)



Justiça das aflições

As compensações que jesus promete aos aflitos da terra só podem realizar-se na vida futura. Sem certeza do porvir, essas máximas seriam um contra-senso, ou mais ainda, seriam um engodo. Mesmo com essa certeza, compreede-se difícilmente a utilidade de sofrer para ser feliz. Dize-se que é para haver mais mérito. Mas então se pergunta porque uns sofrem mais do que outros; porque uns nascem na miséria e outros na opulência, sem  nada terem feito para justificar essa posição; porque para uns nada dá certo,  enquanto para outros, tudo parece sorrir? Mas o que ainda menos se compreende é ver os bens e os males tão desigualmente distribuídos, entre o vício e a virtude. Ver homens virtuosos sofrer ao lado de malvados que prosperam. A fé no futuro pode consolar e proporcionar paciência, mas não explica essas anomalias que parecem desmentir a justiça de Deus.

  Entretanto, desde que se admite a existência de Deus, não é possível concebê-Lo sem suas perfeições infinitas. Ele deve ser todo poderoso, todo justiça, todo bondade, pois sem isso não seria Deus. E se Deus é soberanamente justo e bom, não pode agir por capricho, ou com parcialidade. 
    As vicissitudes da vida  têm, pois uma causa, e como Deus é justo, essa causa deve ser justa.
Eis do que todos devem compenetrar-se. Deus encaminhou os homens na compreensão dessa causa, pelos ensinos de Jesus, e hoje considerando-se suficientemente maduros para compreendê-la revela-a por completo através do espiritismo, ou seja pela vós dos espíritos.


Causas actuais das aflições



   As vicissitudes da vida são de duas espécies, ou, se quisermos, têm duas origens bem diversas, que importa distinguir: umas têm sua causa na vida presente; outras, fora desta vida. Remontando à fonte dos males terrenos, reconhece-se que muitos são a consequência natural do carácter e da conduta daqueles que os sofrem. Quantos homens caiem por sua própria culpa! Quantos são vítimas de sua imprevidência, de seu orgulho, e de sua ambição! Quantas pessoas arruinadas por falta de ordem, de perseverança por mau comportamento ou por não terem limitado os seus desejos! Quantas uniões infelizes porque resultaram dos cálculos do interesse ou da vaidade, nada tendo com isso o coração! Que dissensões e disputas funestas poderiam ser evitadas com mais moderação, e menos susceptibilidade! Quantas doenças e aleijões são o efeito da intemperança e dos excessos de toda a ordem! Quantos pais infelizes com os filhos,por não terem combatido as suas más tendências desde o princípio. Por fraqueza ou indiferença deixaram que se desenvolvessem neles os germes  do orgulho, do egoísmo e da tola vaidade, que ressecam o coração. Mais tarde, colhendo o que semearam, admiram-se e afligem-se com a sua falta de respeito, e sua ingratidão.
  Que todos os que têm o coração ferido pelas vicissitudes e as decepções da vida interroguem friamente a própria consciência. Que remontem passo a passo à fonte dos males que os afligem,  e verão se, na maioria das vezes não podem dizer: « Se eu tivesse ou não tivesse feito tal coisa não estaria nesta situação.» 
   A quem portanto, devem todas as aflições senão a si mesmos? O homem é assim num grande número de casos, o autor de seus próprios infortúnios. Mas em vez de reconhecê-los, acha mais simples e menos humilhante para a sua vaidade, acusar a sorte, a Providência a falta de oportunidade sua má estrela, enquanto, na verdade, sua má estrela  é sua própria incúria.
   Os males dessa espécie constituem, seguramente, um número considerável das vicissitudes da vida.
O homem os evitará, quando trabalhar para o seu adiantamento moral e intelectual.

    A lei humana alcança certas faltas e as pune. O condenado pode então dizer que sofreu a conseqência do que praticou. Mas a lei não alcança nem pode alcançar a todas as faltas. Ela castiga especialmente as que causam prejuízo à sociedade, e não as que prejudicam apenas os que as cometem. Mas Deus vê o progresso de todas as criaturas. Eis porque não deixa impune nenhum desvio do caminho recto. Não há uma só falta por mais leve que seja, uma única infracção à sua Lei, que não tenha consequências forçosas e inevitáveis, mais ou menos desagradáveis. Donde se segue que, nas pequenas como nas grandes coisas, o homem é sempre punido naquilo em que pecou. Os sofrimentos consequentes, são então uma advertência de que ele andou mal. Dão-lhe a experiência, e o fazem sentir a diferença entre o bem e o mal, bem como a necessidade de se melhorar.para evitar no futuro, o que já foi para ele uma causa de mágoas. Sem isso, ele não teria nenhum motivo para se emendar, e confiante na impunidade, retardaria o seu adiantamento, e portanto a sua felicidade futura. Mas  a experiência chega, algumas vezes, um pouco tarde; e quando a vida já foi desperdiçada e perturbada, gastas as forças, e o mal é irremediável, então o homem se surpreende a dizer: « Se no começo da vida eu soubesse o que hoje sei, quantas faltas teria evitado; se tivesse de recomeçar, eu me portaria de maneira, inteiramente outra; mas já não há mais tempo!» Como o trabalhador preguiçoso que diz:« Perdi o meu dia», ele também diz: « Perdi a minha vida.» Mas assim como para o trabalhador o sol nasce no dia seguinte, e começa uma nova jornada, em que pode recuperar o tempo perdido, para ele também brilhará o sol de uma vida nova, após a noite do túmulo, e na qual poderá aproveitar a experiência do passado e pôr em execução as suas boas resoluções para o futuro.

Causas anteriores das aflições

    Mas se há males nesta vida de que o homem é a própria causa, há também outros que pelo menos em aparência,são estranhos à sua vontade, e parecem golpeá-lo por fatalidade. Assim, por exemplo a perda de entes queridos, e dos que sustentam a família. Assim também os acidentes que nenhuma providência pode evitar; os reveses da fortuna, que frustram todas as medidas de prudência; os flagelos naturais; e ainda as doenças de nascença, sobretudo aquelas que tiram aos infelizes a possibilidade de ganhar a vida pelo trabalho; as deformidades, a idiotia, a imbecilidade, etc. Os que nascem nessas condições, nada fizeram seguramente nesta vida, para merecer uma sorte tão triste, sem possibilidade de compensação, e que eles não puderam evitar, sendo impotentes para modificá-las, e ficando à mercê da comiseração pública. Por que, pois, esses seres tão desgraçados, enquanto ao seu lado, sob o mesmo tecto, e na mesma família, outros se apresentam favorecidos em todos os sentidos? Que dizer por fim das crianças que morrem em tenra idade, e só conheceram da vida o sofrimento? Problemas,  todos esses que nenhuma filosofia resolveu até agora, anomalias que nenhuma religião pode justificar, e que seriam a negação da bondade, da justiça, e da providência de Deus, segundo a hipótese da criação da alma, ao mesmo tempo que o corpo, e da fixação irrevogável da sua sorte, após a permanência de alguns instantes na Terra. Que fizeram elas essas almas que acabam de sair das mãos do Criador, para sofrerem tantas misérias no mundo, e receberem no futuro, uma recompensa, ou uma punição qualquer, se não puderem seguir, nem o bem nem o mal?
  Entretanto, em virtude do axioma de que todo o efeito tem uma causa, essas misérias são efeitos que devem ter a sua causa, e desde que se admita a existência de um Deus justo, essa causa deve ser justa. Ora a causa sendo sempre anterior ao efeito, e desde que não se encontra na vida actual é porque pertence a uma existência precedente. Por outro lado, Deus não podendo punir pelo bem que se fez, nem pelo mal que não se fez, se somos punidos, é porque fizemos o mal. E se não fizemos o mal nesta vida, é porque o fizemos noutra. Esta é uma alternativa a que não podemos escapar, e na qual a lógica nos diz, de que lado está a justiça de Deus. O homem não é, portanto, punido sempre, ou completamente punido, na sua existência presente, mas jamais escapa às consequências de suas faltas. A prosperidade do mau, é apenas momentânea, e se ele não expia hoje, expiará amanhã. Pois aquele que sofre, está sendo submetido à expiação do seu próprio passado. A desgraça que à primeira vista, pode parecer imerecida, têm, portanto, a sua razão de ser, e aquele que sofre  pode sempre dizer
« Perdoai-me Senhor, porque eu pequei.»

  Os sofrimentos produzidos por causas anteriores são sempre como os decorrentes de causas actuais, uma consequêcia natural da falta cometida. quer dizer, que em virtude de uma rigorosa justiça distribuitiva, o homem sofre aquilo que fez os outros sofrerem. Se ele fio duro e desumano,poderá ser por sua vez,tratado com dureza e desumanidade; se foi orgulhoso, poderá nascer numa condição humilhante, se foi avarento, egoísta, ou se empregou mal a sua fortuna, poderá ver-se privado do necessário; se foi mau filho, poderá sofrer com os próprios filhos, e assim por diante.

   è dessa maneira que se explicam pela pluralidade das existências e pelo destino da terra,como mundo expiatório que é, as anomalias da distribuição da felicidade e da desgraça, entre os bons e os maus deste mundo. Essa anomalia é apenas aparente, porque só encaramos o problema em relação à vida presente; mas quando nos elevamos, pelo pensamento, de maneira a abranger uma série de existências, compreendemos que a cada um é dado o que merece, sem prejuízo do que lhe cabe no mundo dos espíritos, e que a justiça de Deus nunca  falha. O homem não deve esquecer-se jamais que está num mundo inferior, onde só é detido pelas suas imperfeições. A cada vissicitude deve lembrar que, se estivesse num mundo mais avançado, não teria de sofrê-la, e que dele depende não voltar a este mundo. desde que trabalhe para se melhorar.
   As tribulações da vida podem ser impostas aos espíritos endurecidos, os demasiado ignorantes,
para fazerem uma escolha consciente, mas são livremente escolhidas, e aceites pelos espíritos arrependidos, que querem reparar o mal que fizeram, e tentar fazer melhor. Assim é aquele, que tendo feito mal a sua tarefa,pede para recomeçá-la, afim de não perder as vantagens do seu trabalho.
   Essas tribulações, portanto, são ao mesmo tempo expiações do passado, que castigam, e provas para o futuro que preparam. Rendamos graças a Deus, que, na sua bondade, concede aos homens a faculdade da reparação, e não os condena irremediávelmente pela primeira falta.

   Não se deve crer, entretanto que todo o sofrimento por que se passa neste mundo, seja necessariamente o indício de uma determinada falta. trata-se frequentemente de simples provas, escolhidas pelo espírito, para acabar a sua purificação e acelerar o seu adiantamento. Assim, a expiação serve sempre de prova, mas a prova nem sempre é uma expiação. Mas provas e expiações são sempre sinais de uma inferioridade relativa, pois aquele que é  perfeito não precisa de ser provado. Um Espírito pode portanto, ter conquistado um certo grau de elevação, mas querendo avançar mais,solicita uma missão, uma tarefa, pela qual, será tanto mais recompensado, se sair vitorioso, quanto mais penosa tiver sido a luta. Esses são, mais especialmente,os casos das pessoas naturalmente boas, de alma elevada,de sentimentos nobres inatos, que parecem nada trazer de mau de sua precedente existência, e que sofrem com resignação cristã, as maiores dores, pedindo forças a Deus para suportá-las sem reclamar. Podem-se ao contrário considerar como expiações as aflições que provocam reclamações e levam o homem à revolta contra Deus. O sofrimento que não provoca murmurações pode ser, sem dúvida, uma expiação, mas indica que, foi antes escolhido voluntariamente, do que imposto;; é a prova de  uma firme resolução, o que constitui sinal de progresso, de quem o escolheu.

   Os espíritos não podem aspirar à perfeita felicidade, enquanto não estão puros. Toda a marcha lhe impede a entrada nos mundos felizes. Assim acontece com os passageiros de um navio, tomado pela peste, aos quais fica impedida a entrada numa cidade, até que estejam purificados. É nas diversas existências corpóreas, que os espíritos se livram a pouco e pouco, de suas imperfeições. As provas da vida fazem progredir, quando bem suportadas; como expiações, apagam as faltas e purificam; são o remédio que limpa a ferida, e cura o doente, e quanto mais grave o mal,mais enérgico deve ser o remédio. Aquele, portanto que muito sofre, deve dizer que tinha muito a expiar, e alegrar-se de ser curado logo. Dele depende, por meio da resignação, tornar proveitoso o seu sofrimento e não perder os seus resultados por causa de reclamações, sem o que teria de recomeçar.

Capítulo V, Do livro, O Evangelho Segundo o Espiritismo ( Allan Kardec)





domingo, 21 de setembro de 2014

Evangelho segundo o Espiritismo








O CRISTO CONSOLADOR
    
  Vinde a mim, todos os que andais em sofrimento e vos achais carregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim que sou manso  e humilde de coração, e achareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve.  (Mateus,  XI-28-30)

    Todos os sofrimentos, misérias decepções, dores físicas, perdas de seres queridos, encontram a sua consolação na fé no futuro, e na confiança na justiça de Deus, que o Cristo veio ensinar aos homens. Sobre aquele que, pelo contrário nada espera após esta vida, ou que simplesmente duvida, as aflições pesam com todo o seu peso, e nenhuma esperança vem abrandar sua amargura. Eis o que levou Jesus a dizer: «Vinde a mim, vós todos que estais fatigados, e eu vos aliviarei.» Jesus entretanto, impõe uma condição para a sua assistência e para a felicidade que promete aos aflitos. Essa condição é a da própria lei que Ele ensina.  Mas esse jugo é leve e essa lei é suave, pois que impõe como dever, o amor e a caridade.

Bem-aventurados os pobres em espírito,pois deles é o Reino dos céus
Bem-aventurados os que choram, pois serão consolados
Bem-aventurados os humildes, pois eles receberão a terra por herança.
Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, pois serão saciados.
Bem-aventurados os misericordiosos, pois obterão misericórdia.
Bem-aventurados os puros de coração, pois verão a Deus.
Bem-aventurados os pacificadores, pois serão chamados de filhos de Deus.
Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, pois deles é o Reino dos céus.
Bem-aventurados sois vós, quando por minha causa os insultarem e perseguirem, e levantarem todo o tipo de calúnia contra vós. Alegrem-se e regozijem-se, porque grande é vossa recompensa nos céus. Pois da mesma forma, perseguiram os profetas que vieram antes de vós.


  Eu sou o grande médico das almas, e venho trazer-vos o remédio que vos deve curar. Os débeis,os sofredores e os enfermos, são meus filhos predilectos, e venho salvá-los. vinde pois, a mim, todos vós que sofreis e que estais carregados, e sereis aliviados e consolados. Não procureis no mundo, a força e a consolação, porque o mundo é impotente para dar-vo-las. Deus dirige aos vossos corações um apelo supremo, através do espiritismo:--- escutai-o. Que a impiedade, a mentira  o erro e a incredulidade, sejam extirpadas de vossas almas doloridas. São esses os monstros que sugam o mais puro de vosso sangue, e vos produzem chagas quase sempre mortais. Que no futuro humildes e submissos ao Criador, pratiqueis sua Divina Lei. Amai e orai. Sede dóceis ao espírito do Senhor. Invocai-O do fundo do coração. então Ele vos enviará o seu filho bem amado, para vos instruir e vos dizer estas boas palavras: «Eis-me aqui; venho a vós porque me chamastes!»

Capítulo-VI  do Evangelho segundo o Espiritismo de Allan Kardec