sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Evangelho Segundo o Espiritismo








MEDIUNIDADE COM JESUS



     O estudo do Espiritismo, tem seus pilares nas construções teóricas, originárias do fenómeno 

mediúnico. Visto por muitos como objecto de observação e cogitação científica na busca da certeza da imortalidade e da comunicação dos Espíritos, poucos têm percebido o seu papel ético diante da humanidade. A pergunta nº 625 de « O Livro dos Espiritos», nos alerta para o posicionamento de jesus como modelo e guia de nossas vidas. Assim a mediunidade com o Cristo Jesus, é aquela que, exemplificando os ensinos do Mestre, aprimora a nossa individualidade no sentido da reforma íntima.


    O Espiritismo como doutrina codificada  é recente, datando do lançamento de « O Livro dos Espíritos», por Allan Kardec, em dezoito de Abril, de mil oitocentos e cinquenta e sete; mas o fenómeno mediúnico surge com o pensamento contínuo, nos primórdios da Humanidade.

   
  
   A Bíblia como um roteiro fundamental para a vida, é rica em factos relacionados com a mediunidade. Muitas vezes, os grandes teólogos que estudam o Velho e Novo Testamento, utilizam-se das informações contidas no Deuteronômio 18:9-13 para condenar a prática mediúnica. Esquecem ou ignoram que para proibir algo, isto deve existir e, portanto não pode ser negado; e, de outro modo, o que levou Moisés a proibi-lo foram os interesses mesquinhos e egoístas para os quais eram utilizados.
  
  É importante frisar que a proibição de Moisés não era uma condenação à mediunidade em si mesma. Ao contrário, como grande Médium e Legislador ele conviveu com os  orientadores espirituais do povo hebreu,e reconheceu a importância do fenómeno quando  com objectivo superior, como é relatado em Num, 11;26-29: 

    «Porém no arraial ficaram dois homens: o nome de um era Eldade e o nome do outro Medade; e pousou sobre eles o espírito e profetizavam no arraial. Então correu um moço, e o anunciou a Moisés, e disse: Eldade e Medade, profetizam no arraial. E Josué, filho de Num, servidor de Moisés, um dos seus mancebos escolhidos, respondeu, e disse: Senhor meu, Moisés, proibe-lho. Porém Moisés lhe disse: Tens tu ciúmes por mim? Oxalá que todo o povo do Senhor fosse profeta, que o Senhor lhe desse o seu Espírito.»


     Os homens ainda premidos por princípios inferiores, tentam denegrir a importância da mediunidade, temendo o seu papel transformador da Humanidade, pelo contacto com  a verdade da sobrevivência e da comunicabilidade dos Espíritos, independente do nível vibratório de vida.

    
    Para isso, negam factos, cometem distorções proíbem livros, ( como o de Tobias por conter a realidade inegável da intercomunicação das almas); calam vozes, matam corpos,sufocam ideias, mas a verdade sempre sobrevive.
  
   A presença de Jesus é toda um atestado das verdades espirituais. A premonição pelos lábios dos profetas revela a sua vinda, séculos antes. João Baptista, o Percursor, chega à Terra antecedido pela revelação da sua vinda a Zacarias, seu pai. O Arcanjo Gabriel visita Maria e lhe avisa sobre a encarnação do Amor, que ela abrigaria em seu seio. Através do desdobramento médianimico, José é avisado em sonho, do risco que corria Jesus, sendo concitado a levá-lo para o Egipto. 

   João Baptista é o grande profeta da missão do Cristo, e ao baptizá.lo recebe pela vidência e audiência a revelação da verdadeira personalidade do Senhor.
   
    Mas, é no Médium de Deus  que todos estes fenómenos tomam uma tonalidade exuberante, acompanhadas dos  grandes ensinos que lhe direccionam os objectivos . 

     Em Caná o fenómeno materializante da transmutação da água em vinho traduz a importância do seu papel de portador da alegria.
   Na casa de Pedro, a mediunidade curadora, mostra-se instrumento da justiça, levando  a sogra de Simão que servia àquela residência com dedicação, mesmo envolvida pela dor. Em Cafarnaum a cura do paralítico é acompanhada do ensino fundamental da transformação moral como elemento estruturador, mantenedor da saúde.

   Diante de Maria de Magdala, e de Lázaro, o fenómeno mediunico na feição de amor, revive os mais profundos recursos da alma, que retorna da sua catalepsia física e ou moral.
  Nas Sinagogas como instrumento da Verdade, sua palavra profética aturde aos convivas das trevas e entorpece as mentes sedentas de maiores luzes- 
   
    Em cada movimento, em cada realização mediúnica o Rabi faz-se medianeiro sereno e consciente dos mais altos planos, ensinando as leis divinas aos seus irmãos amados.

     E para que pudesse clarear os reais objectivos da mediunidade, sobe ao Tabor com seus auxiliares predilectos. Após a transfiguração é visto por Pedro, Tiago e João dialogando com Elias e Moisés, esses (mortos) queridos que antecederam-no como reveladores divinos, desfazendo a proibição mosaica e dando os reais caracteres do fenómeno. Posteriormente ao martírio da crucificação, retorna materializado ao convívio com diversos discípulos, provando a sobrevivência do Espírito.

   Pentecostes é o novo momento de disseminação da mediunidade.
   
   Às portas de Damasco, materializa-se diante de Saulo, o seu grande perseguidor, convidando-o para um caminho diferente. E Jesus encontra o  divulgador dos seus ensinamentos na figura de Paulo de Tarso, o apóstolo dos gentios que estimula a mediunidade cristianizada na igreja de Corinto, sedimentando o fenómeno através das suas cartas e, em especial, nos escritos da sua Primeira Epístola aos Coríntios, nos capítulos 12 e 14.

CONCLUSÃO


   Ao estudarmos a vida de Jesus, encontramos a mediunidade honrada pelos seus actos, com o ensinamento de que em qualquer relacionamento com este ou outro plano vibracional, esta relação só tem pleno sentido quando, expressando o amor, objectiva o constante renascimento para um « Homem Novo».


Livro Mediunidade com Jesus, Roberto Lúcio V. de Souza , pelo Espírito CARLOS 

   

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