quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Evangelho Segundo o Espiritismo











Resumo da Doutrina dos Espíritos 

 

 Deus é eterno, imutável, imaterial, único todo-poderoso soberanamente justo e bom.

Criou o Universo, que compreende todos os seres animados e inanimados, materiais e imateriais.


Os seres materiais constituem o mundo visível ou corporal e os seres imateriais, o mundo invisível ou espírita, ou seja dos Espíritos


O mundo espírita é o mundo normal, primitivo, eterno, preexistente e sobrevivente a tudo


O mundo corporal é secundário; poderia deixar de existir ou nunca ter existido, sem alterar a essência do mundo espírita.


Os Espíritos revestem temporariamente um invólucro material perecível e sua destruição pela morte, os devolve à liberdade


 Entre as diferentes espécies de seres corporais, Deus escolheu a espécie humana para a encarnação dos espíritos que chegaram a um certo grau de desenvolvimento, o que lhe dá superioridade moral e intelectual ante as demais.


A alma é um Espírito encarnado, e o corpo apenas o seu invólucro.


Há no homem três coisas: 1º ) O corpo ou o ser material, semelhante ao dos animais e animado pelo mesmo princípio vital; 2º) A alma ou ser imaterial, Espírito encarnado no corpo; 3º) O laço que une a alma ao corpo princípio intermediário entre a matéria e o Espírito. 


O homem tem assim duas naturezas: pelo corpo, participa da natureza dos animais, dos quais possui os instintos; pela alma participa da natureza dos Espíritos. 


O laço que une corpo e Espírito é uma espécie de invólucro semimaterial. A morte é a destruição do invólucro mais grosseiro. O Espírito conserva o segundo, que constitui para ele o corpo etéreo, invisível para nós no seu estado normal, mas que ele pode tornar acidentalmente visível, e mesmo tangível, como se verifica nos fenómenos de aparição.


O Espírito não é portanto um ser abstracto, indefinido, que só o pensamento pode conceber. 

É um ser real, definido, que em certos casos pode ser apreendido pelos nossos sentidos da vista, da audição e do tacto.
Os Espíritos pertencem a diferentes classes, não sendo iguais  em poder nem em inteligência, saber ou moralidade. Os da primeira ordem são os Espíritos Superiores que se distinguem pela perfeição, pelo conhecimento, e pela proximidade de Deus, pela pureza dos sentimentos e o amor do bem:

São os anjos ou Espíritos puros. As demais classes se distanciam mais e mais desta perfeição. 


Os das classes inferiores são inclinados às nossas paixões: o ódio, a inveja, o ciúme, o orgulho, etc.

e se comprazem no mal. Nesse número há os que não são nem muito bons, nem muito maus: antes 
perturbadores e intrigantes do que maus; a malícia e a inconsequência parecem ser as suas características: são os Espíritos estouvados ou levianos. Os Espíritos não pertencem eternamente à mesma ordem. Todos melhoram passando pelos diferentes graus da hierarquia espírita. 

Esse melhoramento se verifica pela encarnação, que a uns é imposta como expiação, a outros como missão. A vida material é uma prova a que devem subter-se repetidas vezes até atingirem a perfeição absoluta; é uma espécie de peneira ou depurador de que eles saem mais ou menos purificados


Deixando o corpo, a alma volta ao mundo dos Espíritos, de que havia saído pra reiniciar uma nova 

existência material, após um lapso de tempo mais ou menos longo durante o qual permanecera no estado de espírito errante.

Devendo o Espírito passar por muitas encarnações, conclui-se que todos nós tivemos muitas existências, e que teremos outras mais ou menos aperfeiçoadas, seja na Terra ou em outros mundos.


A encarnação dos Espíritos  ocorre sempre na espécie humana. Seria um erro acreditar que a alma ou espírito pudesse encarnar num corpo de animal.


As diferentes existências corporais do Espírito são sempre progressivas e jamais retrógradas, mas a rapidez do progresso depende  dos esforços que fazemos pra chegar à perfeição.


As qualidades da alma são as do Espírito encarnado. Assim o homem de bem é a encarnação de um bom Espírito e o homem perverso a de um Espírito impuro.


A alma tinha a sua individualidade antes  da encarnação, e a conserva após a separação do corpo


 No seu regresso ao mundo dos Espíritos, a alma reencontra todos os que conheceu na Terra, e todas 

as suas existências  existências anteriores se dileneam na sua memória, com a recordação de todo o bem ou todo o mal que tenha feito.

O Espírito encarnado está sob a influência da matéria. O homem que supera essa influência, pela elevação e purificação de sua alma, aproxima-se dos bons Espíritos com os quais estará um dia.


Aquele que se deixa dominar pelas más paixões e põe todas as suas alegrias na satisfação dos apetites grosseiros, aproxima-se dos Espíritos impuros, dando preponderância à natureza animal.

Os Espíritos encarnados habitam os diferentes globos do Universo.

Os Espíritos não-encarnados ou errantes não ocupam nenhuma região determinada ou circunscrita; estão por toda a parte, no espaço e ao nosso lado, vendo-nos e acotovelando-nos sem cessar. 

É toda uma população invisível que se agita ao nosso redor.
Os Espíritos exercem sobre o mundo moral e mesmo sobre o mundo físico uma acção incessante. 

Agem sobre a matéria e sobre o pensamento e constituem uma das forças da Natureza, causa eficiente de uma multidão de fenómenos até agora inexplicados ou mal explicados que não encontram solução racional.

As relações dos Espíritos com os homens são constantes. Os bons Espíritos nos convidam ao bem, nos sustentam nas provas da vida e nos ajudam a suportá-las com coragem e resignação; os maus nos convidam ao mal: é para eles um prazer ver-nos sucumbir e cair no seu estado.

As comunicações ocultas verificam-se pela influência boa ou má que elas exercem sobre nós sem o sabermos cabendo ao nosso julgamento discernir as más e boas inspirações.
As comunicações ostensivas realizam-se por meio da escrita, da palavra e de outras manifestações materiais, na maioria das vezes através dos médiuns que lhes servem de instrumentos.

Os Espíritos se manifestam espontâneamente ou por evocação. 

Podemos evocar todos os espíritos: os que animaram homens obscuros e os dos  personagens mais ilustre, qualquer que seja a época em que tenham vivido: os de nossos parentes, de nossos amigos, ou inimigos  e deles obter por comunicações escritas ou verbais, conselhos, informações sobre a situação em que se acham no espaço, seus pensamentos a nosso respeito, assim como as revelações que lhes seja permitido fazer.nos.

 Os Espíritos são atraídos na razão da sua simpatia pela natureza moral do meio que os evoca.

 Os Espíritos superiores gostam das reuniões sérias, em que predominem o amor do bem e o desejo sincero de instrução e de melhoria.

 Sua presença afasta os espíritos inferiores, que encontram ao contrário, livre acesso e podem agir com inteira liberdade entre as pessoas frívolas ou guiadas apenas pela curiosidade e por toda a parte onde encontrem maus instintos. Longe de obtermos bons conselhos e informações úteis desses Espíritos, nada mais devemos esperar do que futilidades, mentiras, brincadeiras de mau gosto ou mistificações, pois frequentemente se servem de nomes veneráveis para melhor nos induzirem ao erro.


  Distinguir os bons ou os maus espíritos é extremamente fácil. A linguagem dos Espíritos Superiores é constantemente digna,nobre, cheia da mais alta moralidade, livre de qualquer paixão inferior, seus conselhos revelam a mais pura sabedoria, e têm sempre por alvo o nosso progresso e o bem da Humanidade A dos Espíritos inferiores, ao contrário, é inconsequente, quase banal e mesmo grosseira.; se dizem às vezes coisas e verdadeiras, dizem com mais frequência falsidades e absurdos, por malícia ou por ignorância; zombam da credulidade e divertem-se à custa dos que os interrogam, lisonjeando-lhes a vaidade e embalando-lhes os desejos com falsas esperanças. 


Em resumo, as comunicações sérias, na perfeita acepção do termo, não se verificam senão nos centros sérios, cujos membros estão unidos por uma íntima comunhão de pensamentos dirigidos para o bem.


  A moral dos Espíritos Superiores se resume, como a do Cristo, nesta máxima evangélica; « Fazer aos outros o que desejamos que os outros nos façam»,  ou seja, fazer o bem, e não o mal. O homem encontra nesse princípio a regra universal de conduta, mesmo para as menores acções.

  
  Eles nos ensinam que o egoísmo, o orgulho, a sensualidade são paixões que nos aproximam da natureza animal, prendendo-nos à matéria; que o homem que, desde este mundo, se liberta da matéria pelo desprezo das futilidades mundanas e o cultivo do amor ao próximo, aproxima-se da natureza espiritual; que cada um de nós deve tornar-se útil segundo as faculdades e os meios que Deus nos colocou nas mãos para nos provar; que o Forte e Poderoso, devem  apoio e protecção ao Fraco, porque aquele que abusa da sua força e do seu poder para oprimir o seu semelhante, viola a lei de Deus.
  
  Eles, ensinam enfim,que no mundo dos Espíritos, nada pode estar escondido: o hipócrita será desmascarado, e todas as suas torpezas reveladas; a presença  inevitável e incessante daqueles que prejudicamos, é um dos castigos que nos estão reservados; ao estado de inferioridade e de superioridade dos Espíritos  conrespondem penas e alegrias que nos são desconhecidas na Terra.

 Mas eles nos ensinam também que não há faltas irremessíveis, que não possam ser apagadas pela expiação. O homem encontra os meio necessário nas diferentes existências, que lhe permitem avançar, segundo o seu desejo e os seus esforços, na via do progresso, em direcção à perfeição que é seu objectivo final.»


  Este é o resumo da doutrina espírita, como ela aparece no ensinamento dos Espíritos Superiores.



Livro Dos Espíritos  de Allan Kar
 
















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